Thiago Pach

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UM CONJUNTO DE TALENTOS QUE DESPERTA CURIOSIDADE DO PÚBLICO!

Por Jefferson Cruz
Foto Divulgação
Design fotos: Sidney Rocharte

A vontade e determinação por fazer a diferença é o fator primordial que explica a virtude de Thiago Pach, um exemplo de quê sucesso é resultado de muito suor. Quando vemos uma pessoa em destaque, em qualquer atividade, podemos afirmar que ali está sendo praticado um conjunto de talentos que possibilitam essa diferenciação. É o caso de Thiago Pach, que focou no desenvolvimento das técnicas teatrais, musicais, e de dança, além de visitar outras áreas do talento.

Com uma voz forte e versátil de tenor, o jovem cantor interpreta uma eclética seleção de canções, dentre o Blues e o Jazz ao mais brilhante repertório da música popular brasileira. Admiravelmente, já registra grandes experiências em sua carreira a começar pelo teatro, berço artístico do carioca. desde pequeno sempre esteve em contato com diversos gêneros musicais. Em sua casa se ouvia de tudo, principalmente o Samba e a Bossa Nova. Foi apresentado ao Jazz, ao Blues e ao Soul por seu pai.


Thiago iniciou seus estudos em teatro aos 14 anos na escola de Teatro O'Tablado no Rio de Janeiro, de Maria Clara Machado. Thiago soube aproveitar os aprendizados, e aos dezenove anos escreveu e dirigiu o espetáculo “Todo Vagabundo Tem Seu Dia de Gloria”, com texto inspirado na Commedia Dell'arte, estreando em 2003. Saltou para o Jornalismo, cursando a faculdade de comunicação social e participando consecutivamente de oficinas teatrais como a Oficina de Dramaturgia com Bosco Brasil, e oficinas de teatro da CIA. do Chapitô de Portugal.

Foi ator e bailarino da Pulsar Cia. de Dança de 2005 a 2007, companhia que já cumpriu temporadas em teatros do Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, além de apresentações em capitais e cidades do interior do país e no exterior. Além de atuar, produziu e criou figurinos e ambientacao cênica para "Duas X Strindberg", espetáculo premiado em 2006 pela Funarte com o "Além dos Limites" e que teve a preparação corporal de Angel Vianna, no Sesc Copacabana (Março de 2007) e no teatro Caixa Cultural de Brasília (Novembro de 2006).

Recentemente integrou o elenco de atores-cantores do musical "Cazuza - Jogado A Teus Pés", em homenagem aos cinqüenta anos do cantor Cazuza em cartaz de outubro de 2008 a fevereiro de 2009 no Rio de Janeiro. Embora já tenha fluência no inglês, português, e espanhol, ele iniciou, no mesmo ano, seus estudos em Alemão no Goethe Institut e na ASL Sprachenschule, ambas em Munique, Alemanha.




Atualmente, Thiago assume sua paixão pelo Jazz através do show “Na Influência do Jazz”, título inspirado na música de Carlos Lyra, calçado numa versão que reúne instrumentos sofisticados como Piano e baixo, temperado ao som da Percussão/bateria. O show é um encontro amoroso entre os gêneros: O Jazz, o Samba e a Bossa Nova, que trazem ao repertório consagrados ícones da música, como Tom Jobim, Vinicius de Moraes, Pixinguinha, e um belíssimo incidental com Dorival Caymmi, além de arvorecer também com os ilustres Baden Powell, Gershwin, Bart Howard e Arthur Hamilton.

Figuram também como influencias do cantor, outros grandes nomes da música, como Elis Regina, Simonal, Sarah Vaughan, Nat King Cole, Nouvelle Cuisine Quintet, Marisa Monte, Caetano Veloso e Maria Bethânia. A sensação é que uma mágica trará uma surpresa da cartola, e assim também deve se definir o próprio Thiago Pach ou ouvindo e presenciando apresentações do artista para evidenciar o que Caetano Veloso diz “Gente é pra brilhar!”.

Jefferson Cruz (JC) – Mais alguma habilidade artístico-intelectual que não tenha sido mencionada? E sente-se envaidecido por essa versatilidade?



Thiago Pach - A minha família, apesar de não ter profissionais na área artística, sempre esteve envolvida de alguma forma com a arte. Tenho um tio que também é cantor e violonista. A música sempre foi muito forte dentro da minha casa. Além disso, meu pai é desenhista e, eu adquiri esse dom e, apesar de nunca me profissionalizar como desenhista, às vezes uso isso ao meu favor no teatro, criando figurinos. Na montagem do "Todo Vagabundo Tem Seu Dia de Glória", espetáculo que escrevi e dirigi, os figurinos e a maquiagem foram criadas por mim. Os figurinos com a ajuda do meu pai. Também gosto muito de dirigir e escrevo muito. Tenho algumas pecas de teatro, letras de músicas e poemas. Nao me sinto envaidecido pela versatilidade. Acho que a vida é versátil mesmo. É natural no mundo em que vivemos hoje. E essa versatilidade tem um lado ruim também, pois mesmo exercendo mais de uma habilidade, você acaba precisando se especializar mais em uma em detrimento da outra. No meu caso o canto em detrimento da dança. E isso é normal, são as escolhas que assumimos.

(JC) – Como concilia esses intercâmbios artísticos nessa linha tênue do teatro, da dança, e da música?

Thiago Pach - Hoje já não vejo mais essa linha tênue. (Rs) Teatro é voz. E só comecei a entender como realmente usar minha "voz falada" no teatro, quando adquiri um entendimento das técnicas de canto. E teatro é corpo também. Como expressar aquele sentimento sem palavras? Quando falamos "eu te amo", não é só a boca que diz, mas o corpo inteiro intenciona aquele momento. Isso é vida e, conseqüentemente, a arte. Comecei a estudar teatro no Tablado (Rio de janeiro) aos 14 anos de idade. Tudo começou com o teatro. Por causa do teatro, me interessei pela dança. Fiz alguns workshops com a Angel Vianna e fui convidado pelo Alexandre Franco, bailarino, coreógrafo e também professor da Faculdade Angel Vianna para participar de um projeto que envolvia atores e bailarinos num tipo de dança-performance. A partir daí, fui escalado como ator/bailarino para fazer parte de uma versão do musical "The Rock Horror Picture Show". Naquela época tudo era muito precário e cantávamos dublando nossas próprias vozes em PLayback. Um dos atores não era cantor e eu me ofereci para gravar a voz daquele personagem. Todos se espantaram pelo fato de eu cantar. Desde então, passei a ser escalado como ator/cantor.
Na prática, quando estou em cartaz com teatro, a agenda de shows fica dependente da agenda do espetáculo.


(JC) – O que costuma fazer para equilibrar tantas vibrações e energias dessas artes? Há tempo para se divertir com os amigos e família?



Thiago Pach - Seria clichê dizer que meu trabalho também é minha diversão? Ou será que sou Workaholic? (Rs) Sempre há tempo para os amigos e família. Tem que haver.

(JC) – Entre essas vastas experiências no âmbito artístico, exceto a música, qual delas você seguiria carreira? Por quê?

Thiago Pach - Bem, já sou ator e cantor. E o Ballet é uma paixão. Mas, infelizmente, para seguir uma carreira de bailarino clássico eu teria que ter começado muito antes e persistido. É uma carreira, que apesar de romântica, exige muito do corpo, de disciplina e foco. Tenho vários amigos bailarinos, já trabalhei com eles e é uma rotina árdua. Como a do cantor. Tem que exercitar pra sempre. E quando me pergunta por quê... Não sei a resposta! Só sei que sempre foi assim. Sempre quis ser ator e cantor. Não me lembro de outro desejo. Eu amo o que faço! E no teatro dá para mixar música, dança, literatura, artes plásticas... O infinito.

(JC) – Como você avalia o papel do jornalismo cultural no desenvolvimento do mercado da música para os novos talentos?



Thiago Pach - Acho importantíssimo para os novos artistas. Infelizmente, ainda acho que a comparação de novos artísticas com outros que já estão no mercado é exarcebada. O mercado da música não pode ser uma fábrica de produtos, onde se repõe uma nova versão a cada temporada. Gostaria que o mercado fosse mais amplo, mais ousado e não procurasse sempre "mais do mesmo". E, ao meu ver, essa mudança deve ser incentivada pelo jornalista cultural. Mas, por outro lado, acho que isso tem mudado um pouco. Temos tantos novos talentos, artistas maravilhosos, bons cantores, compositores... Em diversos estilos. E acho que o público também está um pouco cansado de sempre ouvir as mesmas coisas e está a procura de novas sonoridades. Isso é ótimo!

(JC) – Em que se aplicam os conhecimentos da comunicação social – jornalismo - na sua experiência profissional como cantor?

Thiago Pach - A arte, seja a música ou outro meio de expressão artística, não é objetiva. Ela aponta caminhos, cria abertura para a reflexão... O jornalismo, ao contrário, é super objetivo, trabalha com fatos e provas. Acho, que o jornalismo, de alguma forma, se aplica na minha vida muito fortemente. Quando escolho um repertório ou um tema sempre vou um pouco mais a fundo. "Na Influência do Jazz", o que me levou a criação do repertório e do show, foi a o fato de o Jazz e o Samba serem músicas negras ambas surgidas no início do século XX. Ambas com influência nas músicas de trabalho dos escravos africanos. E isso me levou a Bossa Nova, um movimento mais contemporâneo, que se inspira no samba e no jazz americano. Sempre busco fatos, história, etc. Mesmo que não chegue a comentar isso durante o show, necessito dessa integração e entendimento. E no fim acaba ficando claro para o público também, mesmo que inconscientemente. Aí, já é trabalho da arte!

(JC) – Além de contribuir para o aprendizado de outros idiomas, quais outras lições você trouxe das temporadas na Alemanha ou Portugal para a vida pessoal e profissional?


Thiago Pach - Em Portugal, não chegamos a tocar. Estamos tentando fechar apresentações lá e estou ansioso para que aconteça. Mas, a minha experiência tem sido muito boa. Sempre sou muito bem recebido. A música brasileira é adorada no 4 cantos do mundo. Eles adoram Bossa Nova. Realmente, a arte não necessita de idiomas e formalidades. Ela comunica.

(JC) – Já se apresentou em algum projeto artístico no exterior? Como foi, e caso não, planeja realizar (onde)?

Thiago Pach - Estamos fechando para o próximo semestre apresentações na Alemanha. A recepção do "Na Influência do Jazz" é muito boa aqui. O mix do ritmo do Samba e da Bossa com o Jazz é sempre bem recebido.

(JC) – Pensa em consolidar sua carreira como cantor em algum desses países, tendo que optar por viver fora do Brasil?

Thiago Pach - Atualmente, estou vivendo entre o Brasil e a Alemanha. Mas, é muito cedo pra pensar sobre isso. E mesmo que isso aconteça, quero tocar mais no Brasil, em outros estados além do Rio de Janeiro. Sinto essa necessidade e gosto do público brasileiro. A interação com o público é sempre outra.

(JC) – Como está sendo a vivência no elenco de atores-cantores no musical “Cazuza – Jogado A Teus Pés”? Conte-nos um pouco sobre esse espetáculo.

Thiago Pach - O musical "Cazuza - Jogado A Teus Pés" foi apresentado em 2008 e 2009 no Rio de Janeiro. A experiência de cantar músicas como "Codinome Beija-flor", "Down em Mim e "Faz Parte do Meu Show" foi magnífica. Pois eu pude ver como o público se identifica com aquelas músicas. As pessoas cantavam junto com a gente e era emocionante. A rotina do musical foi muito importante pra mim, pois não era um musical convencional com personagens demarcados. Partimos do nada, pois não era biográfico. Então pude escolher como interpretar aquelas canções do meu jeito. Tive muito medo ao cantar "Codinome Beija-flor", por exemplo. Pois ela está muito forte na memória das pessoas com a voz do Cazuza. E sou um intérprete completamente diferente, com um tímbre completamente diferente. Mas a resposta sempre foi muito boa. Além disso, conheci pessoas maravilhosas e fiz grandes amigos. O elenco, além de talentoso, era muito divertido. Todos da mesma faixa etária. Nosso camarim era uma delícia!

(JC) – A peça/musical carioca “Cazuza Jogado a Teus Pés” pretende avocar também a admiração da crítica e do público baiano?

Thiago Pach - Adoraria que o musical ainda estivesse em cartaz para apresentarmos na Bahia! Quem sabe com "Na Influência do Jazz" terei esse prazer.

(JC) – Você tem como influências musicais consagrados ícones como Simonal, Sarah Vaughan, Nat King Cole, Nouvelle Cuisine Quintet, Marisa Monte, Caetano Veloso, Maria Bethânia e Elis Regina que completou esse mês 65 anos do seu legado. Quais músicas da Elis incluem no seu repertório?

Thiago Pach - No show canto "Modinha" do Tom Jobim que a Elis também gravou. Adoro "Fascinação", inclusive a versão em inglês com Nat King Cole. E também "O Mestre-Sala dos Mares", "Madalena" e "Águas de Março".

(JC) – Está envolvido em mais algum projeto, além da temporada do show "Na Influência do Jazz"?

Thiago Pach - Estou criando um repertório de sambas com o violonista João Vicente para apresentações na cidade de Petrópolis, no estado do Rio.

(JC) – Pensa em trazer seu show para os palcos da Bahia?

Thiago Pach - Seria um sonho! Adoro a Bahia. Acho que vocês são super desenvolvidos culturalmente. Adoro todo esse mix baiano. E acho que "Na Influência do Jazz" tem tudo haver com a Bahia. Convites??? (Rs)

(JC) – Quais suas expectativas na carreira como cantor e onde pretende chegar com todos os talentos desenvolvidos?

Thiago Pach - Acho que sucesso é fazer bem o que gosta e ser reconhecido pela qualidade desse trabalho. Quero poder gravar álbuns sem a pressão de ser um artista independente e, continuar o meu trabalho em musicais.

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